ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 05.11.1992.
Aos cinco dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Sétima Sessão Solene da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a conceder o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Divo Gervásio do Canto, concedido através do Projeto de Resolução nº 12/92 (Processo nº 680/92), do Vereador Lauro Hagemann. Após, o Senhor Presidente convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Dilamar Machado, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhor Olívio Dutra, Prefeito Municipal; Senhor Divo Gervásio do Canto, Homenageado; Senhora Lilia Oliveira do Canto, esposa do Homenageado; Jornalista Firmino Sá Brito Cardoso; e Vereador Lauro Hagemann, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente pronunciou-se acerca da solenidade, comentando o desempenho do Senhor Divo Gervásio do Canto em prol de uma das categorias mais sofridas de nosso País, a classe dos aposentados, a qual pertence e representa com muita honestidade e competência. Em continuidade, convidou a todos para, de pé, ouvirem o Hino Nacional. Após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Lauro Hagemann, proponente e em nome da Bancada do PPS, saudou os presentes e teceu comentários sobre acontecimentos que teve em comum com o Homenageado e lembrou dos cargos ocupados por Divo Gervásio do Canto ao longo dos anos. Falou sobre o prazer e da satisfação em tê-lo como companheiro nesta Casa. O Vereador Luiz Braz, em nome das Bancadas do PTB e PDT, saudou os amigos do Homenageado presentes e felicitou o Vereador Lauro Hagemann pela grandeza da homenagem em uma época que os Partidos políticos estavam se digladiando em uma eleição municipal. Falou sobre as virtudes do Homenageado e da luta contra as desigualdades que poderiam ser superadas. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PDS disse que tem por hábito comparecer as Sessões Solenes desta Casa mas se faltasse, nesta estaria presente. Disse que a esposa do Homenageado tinha participação marcante nesta solenidade pelo apoio dado em todos os momentos. Disse que vale a pena trabalhar, ser responsável, sério, honesto, dando o melhor de si para a realização do bem comum. O Vereador Clóvis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, congratulou-se com o Vereador Lauro Hagemann pela homenagem prestada ao Senhor Divo Gervásio do Canto que recebe este Título quando está começando uma carreira de Vereador, embora já tenha exercido como suplente em várias oportunidades. Falou também sobre as categorias que representou e ainda representa o Senhor Divo do Canto. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, assistirem a entrega do Diploma ao Senhor Divo Gervásio do Canto pelo Prefeito Municipal Olívio Dutra e Vereador Lauro Hagemann. A seguir o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Homenageado que agradeceu a homenagem prestada pela Casa e disse ser um momento muito especial em sua vida. Em continuidade, o Senhor Presidente pediu que a Senhora Nádia, filha do casal, entregasse flores à sua mãe em nome da Casa. Às dezoito horas e vinte e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, agradecendo a presença de todos e convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Dilamar Machado e secretariados pelo Vereador Lauro Hagemann, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.
O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, na condição de
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, tenho a honra de abrir os
trabalhos desta Sessão Solene, destinada a conceder o Título Honorífico de
Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Divo Gervásio do Canto.
A
proposição é do Ver. Lauro Hagemann, aprovada por unanimidade da Casa.
A
outorga do Título de Cidadão Emérito é baseada numa legislação do Município,
que permite aos Vereadores desta Casa escolherem e, por proposição votada em
Plenário, indicarem as pessoas que, no campo de sua atividade, se destaquem na
vida pública do nosso País, do nosso Estado e, particularmente, da nossa
Cidade. Indiscutivelmente, Divo do Canto, além de ser, a partir de hoje,
Cidadão Emérito da Cidade, é integrante da nossa Casa Legislativa. Nesta atual
Legislatura, que expira no dia 31 de dezembro, por diversas vezes, na condição
de Vereador suplente da Bancada, inicialmente, do nosso Partido, PDT,
posteriormente integrando o PTB, o Divo tem estado conosco, e inclusive, no
atual momento, ocupa uma cadeira em nossa Casa, na condição de Vereador, e teve
na última eleição, no dia 3 de outubro, uma consagradora votação em Porto
Alegre, elegendo-se Vereador titular da Cidade, cargo que assumirá, para nossa
alegria, no dia 1º de janeiro de 1993. É indiscutível o mérito do Divo do Canto
no seu trabalho em prol de uma das categorias mais sofridas do nosso País, a
classe dos aposentados, a qual pertence e representa com muita honestidade e
com muita competência, fato que lhe valeu a votação que recebeu no dia 3 de
outubro.
Portanto,
em nome dos Vereadores de Porto Alegre, faço esta primeira manifestação,
levando a solidariedade dos 33 integrantes desta Casa ao nosso Cidadão Emérito.
Pedimos
aos presentes, na abertura dos trabalhos, para que, de pé, ouçamos o Hino
Nacional Brasileiro.
(Todos,
em pé, ouvem o Hino Nacional.)
O SR. PRESDIENTE: A partir deste momento convocamos à
tribuna da Câmara Municipal os Vereadores que irão homenagear o Cidadão Emérito
da Cidade, Divo Gervásio do Canto, também Vereador de Porto Alegre. Com a
palavra, inicialmente, o proponente desta homenagem, Ver. Lauro Hagemann, que
fala em nome da sua bancada PPS, da qual é Líder.
O SR. LAURO HAGEMANN: Exmo. Sr. Vereador Dilamar Machado,
Presidente da Casa, Exma. Srª Lília Oliveira do Canto e meu prezado companheiro
Divo Gervásio do Canto, senhoras, senhores e Vereadores. São muitos os laços
que me ligam a Divo Gervásio do Canto, de longos e longos anos, mas é sobretudo
a sua trajetória de trabalhador, de operário, de dirigente sindical,
comunitário que nos aproximou nesses longos anos de convivência; desde 1946
Divo é membro, ou foi membro, do Sindicato dos Trabalhadores na velha CARRIS, e
todos sabem que a CARRIS, para os comunistas de Porto Alegre, é um patrimônio,
sempre o Sindicato da velha CARRIS teve uma decisiva influência dos membros do
Partidão. E, o Divo trabalhou com os nossos companheiros, embora não fosse
membro do partidão, não porque não quisesse, mas porque decidiu não ser, mas
sempre trabalhou em harmonia com os companheiros que dirigiam o Sindicato. Foi
delegado sindical, conselheiro, e chegou à Presidência do Sindicato dos
Trabalhadores da CARRIS. Depois foi sócio-fundador da cooperativa de consumo da
Cooperativa de Crédito Mútuo e da Colônia de Férias dos Trabalhadores da
CARRIS; depois foi fundador e Presidente, por três mandatos, da Associação dos
Rodoviários Aposentados, quando a CARRIS passou a integrar o Sindicato dos
Rodoviários. Atualmente é Presidente, tendo sido fundador, da Federação dos
Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio Grande do Sul. Nessa condição, ele
se encontra aqui como Vereador eleito de Porto Alegre. Ele é também
Vice-Presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas. É
fundador e Vice-Presidente alterno da Confederação Latino-americana de
Jubilados e Pensionistas – jubilados são os aposentados, em espanhol. É membro
do Conselho Estadual de Saúde. No trabalho comunitário foi conselheiro da
FRACAB, nos anos de 79 e 83. Essa vida de luta em prol da comunidade e das
entidades onde atuou faz do Divo um merecedor do nosso respeito, de nossa
admiração. Sempre fui muito parcimonioso na concessão de títulos honoríficos
dessa natureza, porque sempre me arreceio de não homenagear a pessoa certa. No
nosso mundo é muito comum a trajetória das pessoas até um determinado instante,
numa linha ascendente e, de repente, aconteceram fatos que deslustram essa
trajetória. Mas, tenho certeza de que, o Divo, pelo seu passado, vai contribuir
para engrandecer a constelação dos cidadãos eméritos de Porto Alegre. Tenho
certeza de que, agora, com o galardão máximo que ele recebeu nas urnas, que é o
mandato de Vereador, ele que é catarinense, que como todos outros
“estrangeiros” vieram fazer de Porto Alegre a base de sua atuação profissional,
social, familiar, comunitária, sindical, esse catarinense, que passa a integrar
o rol dos porto-alegrenses de papel passado, vai engrandecer ainda mais esta
Cidade que ele adotou como sua, e da qual ele vem participando há tantos anos.
Nós estamos às vésperas de inaugurarmos uma nova legislatura em Porto Alegre. E
eu sei que o Divo, com o passado que ele tem, não vai desmerecer esta sua
trajetória de vida. Embora seja comum, nesta Casa, em outras Casas
Legislativas, agrupar um número tão diversificado de pessoas, de tendências, de
partidos, é comum, eu repito, que se repitam episódios que envolvem muito o
imediatismo, mas eu acho que com os 65 anos bem vividos do Divo ele vai ter
discernimento necessário para discernir, com muita clareza, entre o que sejam
processos imediatistas e processos permanentes de atuação nesta Casa. Eu já
tenho uma certa experiência de vida parlamentar, é o terceiro mandato que vou
iniciar, já tive um interrompido, então, me habituei a ver e a presenciar
determinados tipos de atitudes que, às vezes, podem parecer construtivas, num
primeiro instante, mas que, ao longo do tempo, se revelam perturbadoras e
destrutivas, não só para as pessoas que nela se envolvem, mas também para as
comunidades que nós vamos jurar no dia primeiro de janeiro defender.
Mas
eu volto a dizer que confio no Divo. Tenho o máximo prazer, e digo isto com
muita satisfação, em tê-lo como companheiro aqui nesta Casa. Tenho tido o Divo
como companheiro há muitos anos na atividade sindical, na atividade
comunitária, eu sei que ele representará bem a comunidade pela qual ele veio
trazido para esta Casa. E a comunidade que o trouxe, especialmente os
aposentados, que tem nele um paradigma de atuação. Eu sei que ele vai se
dedicar a Cidade como um todo, não vai se dedicar apenas àqueles que o
trouxeram para cá. É esta a nossa tarefa. Nós não somos Vereadores de facções.
A partir de 01.01 nós seremos Vereadores da Cidade, e é o interesse coletivo
que deve presidir a nossa atuação nesta Casa. Eu fico por aqui desejando ao
Divo, como Cidadão Emérito, que ele tenha o comportamento que teve até hoje,
isto será o suficiente para fazê-lo credor, do nosso reconhecimento e do
reconhecimento da cidade. Divo meus parabéns. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Concedo a palavra, neste momento, ao
nobre Ver. Luiz Braz, Líder da Bancada do PTB, nesta Casa, que também fará a
sua homenagem ao companheiro Divo do Canto. Pediria ao Ver. Luiz Braz que sua
oração fosse em nome do PDT.
O SR. LUIZ BRAZ: Com muita honra Sr. Presidente, nós
também falaremos em nome do PDT que foi uma das siglas do homenageado de hoje,
do nosso querido amigo Divo do Canto. Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Ver. Dilamar Machado, Exmo. Sr. homenageado, nosso amigo Divo
Gervásio do Canto e também sua senhora dona Liria Oliveira do Canto. Exmo. Sr.
representante da Associação Riograndense de Imprensa, jornalista Sá Brito
Cardoso. Srs. Vereadores, meus amigos, amigos do homenageado eu, em primeiro
lugar, quero felicitar não especialmente ao Divo do Canto, mas eu quero
felicitar ao meu amigo Lauro Hagemann. Porque o Lauro teve uma grandeza muito
grande, ele se lembrou de homenagear o Divo com um título exatamente em uma
época em que os Partidos políticos estavam se digladiando em uma eleição
municipal. E eu digo que foi realmente uma grandeza do Ver. Lauro Hagemann,
porque o Ver. Lauro e o Ver. Divo do Canto, eles não pertencem a mesma corrente
ideológica, eles divergem em muitas coisas. Mas o Ver. Lauro Hagemann viu no
meu amigo Divo do Canto todas as virtudes necessárias para que ele recebesse
esta homenagem, que eu digo, é uma homenagem suprema que esta Câmara Municipal
pode oferecer a alguém. E eu fico feliz com isso, Lauro, porque eu conheço você
há muito tempo, sei que você é capaz de todos esses gestos, e você até supre
uma deficiência, uma falha do nosso Partido político, porque na verdade, nós
queremos, neste momento, até suprindo esta falha, nos somar a você, a esta
homenagem que partiu de ti, mas que depois de proposta neste Plenário, e depois
de aprovada neste Plenário, deixou de ser uma homenagem somente de um Vereador
e passou a ser uma homenagem de toda a Casa, e como esta Casa é representativa
de toda a sociedade, esta homenagem, que o Divo do Canto está recebendo nesse instante,
é a homenagem de toda a Porto Alegre, é toda a nossa sociedade que presta uma
das homenagens mais justas que um homem já recebeu aqui neste Plenário. Eu digo
isto porque o nosso amigo homenageado é um daqueles que serve de exemplo para
todos. Na sua conduta, no cotidiano do Divo, nós vamos encontrar, é claro, as
imperfeições normais que são inerentes a todos os homens, mas vamos encontrar
neste homem tantas virtudes que faz com que realmente a gente se mire nas
atitudes do Divo, para também tomarmos as nossas atitudes. Tanto é que nós
realmente nos regozijamos de ter o Divo do Canto integrando a nossa Bancada, a
Bancada do PTB, para o próximo período que começa agora em 1993.
O
trabalho do Divo, esse trabalho constante, já foi ressaltado aqui pelo Lauro,
quando esteve nesta Tribuna, o trabalho que ele teve na CARRIS, como
motorneiro, mas um trabalho que sempre fez com que ele se aproximasse do
grupamento humano, e se condoesse de todas as dores, as necessidades, os
sofrimentos daquele grupamento do qual ele fazia parte, e por isto mesmo sempre
procurou lutar, para que as desigualdades que ele via e que ele sentia pudessem
ser superadas. Ele, realmente, conseguiu, e como conseguiu, várias vezes
vitórias nesta sua luta. Mas, as vitórias do Divo do Canto não foram vitórias
que ficaram para ele. As vitórias do Divo do Canto foram vitórias que puderam
ser angariadas por todos aqueles que estavam, realmente, não apenas, na sua
convivência, mas que podiam participar do raio de ação das suas lutas. Todas as
suas lutas foram voltadas, não para o benefício próprio, mas sim para o
benefício da sociedade, da comunidade, a que ele realmente defende há tanto
tempo.
Aliás,
esse homem é um homem tão especial, que em várias vezes, vários períodos, Deus
quis testá-lo. Quando eu falo em Deus, eu estou falando até em uma nova
divergência ideológica, entre o partido que propõe a ação e o homem que recebe
a ação. Mas até isto mesmo não foi obstáculo, de forma alguma, e mais uma vez,
realmente, merece aplausos o proponente da ação.
Todas
as vezes que este homem foi colocado à prova, ele soube sair da situação com a
mesma fé inabalável em Deus. Soube sair da situação com a mesma vontade de
novamente trabalhar, para ajudar aqueles que, realmente, necessitavam. E, é por
isto, por esta persistência, é por esta luta, por esta constância que eu
acredito, que depois de tantas vezes, Divo, Deus deu um grande prêmio para
você. Mas um prêmio merecido. Um prêmio, realmente, que eu acredito, se não
fosse dado para o Divo, Deus estaria, talvez, cometendo uma injustiça para com
o ser humano. Ele deu para o Divo do Canto não apenas a eleição de Vereador da
Câmara de Porto Alegre, porque isto seria muito pouco mas ele deu para Divo do
Canto a consagração que todo homem público, realmente, quer ganhar. O Divo do
Canto veio para esta Casa, não com a votação normal do Vereador, ele veio para
esta Casa com uma supervotação e isso realmente, é a consagração do homem
público. Todo homem público espera este reconhecimento. Mas este homem público
que é muito especial, ele teve este reconhecimento mercê de todo trabalho que
teve em toda sua vida. Eu não preciso dizer, não vou citar nomes, existem
realmente homens públicos que participam de um pleito e conseguem altas
votações mas, de repente, são donos de um poder econômico muito grande. A gente
conhece o Divo do Canto, nós acompanhamos o trabalho do Divo muito próximo. Nós
sabemos muito bem que sem poder econômico, apenas através do seu trabalho,
apenas mercê do reconhecimento desse trabalho, uma das coisas que a gente vê
muita gente correndo atrás e não consegue: o reconhecimento da sua luta, o seu
prestígio que foi realçado e é por isso que este título que é oferecido por
esta Casa, proposto pelo Ver. Lauro Hagemann, é uma das grandes justiças que
nós podemos fazer. E pode ter certeza, meu amigo Divo do Canto, esta homenagem
que esta Casa está-lhe prestando, na verdade, se constitui numa homenagem que
você também presta à Casa, porque você está à altura desta grande homenagem. Eu
não digo que você seja maior, nem menor, mas você tem a altura, tem a estatura
do homem talhado para receber esta homenagem, este título, que deve ser dado
para os melhores e para os maiores, e você é um deles. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Concedo a palavra ao nobre Ver. João Dib.
Falará em nome da Bancada do PDS, da qual é Líder nesta Casa.
O SR. JOÃO DIB: Exmo. Sr. Presidente Ver. Dilamar
Machado, meu caro Prefeito, Olívio Dutra; Ilustre Jornalista Firmino Sá Brito
Cardoso, presença permanente, e das mais queridas em todas as solenidades que
esta Casa realiza; meu caro Ver. Divo Gervásio do Canto e sua esposa, Lilia
Oliveira do Canto; amigos do Ver. Divo do Canto, hoje homenageado; Vereadores,
Meus Senhores e Minhas Senhoras.
Eu
permanentemente compareço às Sessões Solenes desta Casa, por hábito eu não
falto, mas se eu faltasse, muitas vezes, hoje eu viria, hoje eu viria para
homenagear Divo do Canto. A vida, muitas vezes nos colocou lado a lado, fazendo
com que procurássemos soluções para os problemas desta Cidade, eu na Secretaria
dos Transportes, ele na Carris; eu na FRACAB; eu na Prefeitura e ele em
diferentes Conselhos, e hoje, nós dois estamos na Câmara Municipal. É portanto
com satisfação muito grande. Em nome da minha Bancada, o PDS, venho trazer o
abraço ao homenageado de hoje. Numa iniciativa correta do Ver. Lauro Hagemann
que, como foi aqui colocado, não é mais do Ver. Lauro Hagemann, mas sim de toda
a Casa que aprovou por unanimidade. Conheço a vida do Ver. Divo bastante bem, não
vou dizer das diferentes ocupações que já teve, porque aqueles que me
antecederam falaram delas. Trabalhou muito, mas este trabalho foi muito
facilitado, sem dúvida nenhuma, porque a Dona Lilia, que também está recebendo
um pedaço desta homenagem de Cidadão Emérito, estava sempre a postos para fazer
com que as coisas na casa funcionassem bem, enquanto o esposo estava na rua
buscando solução para o problema desta Cidade, lá estava a Dona Lilia cuidando
do Gervásio, do Luiz Carlos, da Ana Alice, da Vera Lúcia, da Nádia, da Sílvia,
sem esquecer o nosso querido Vladimir. E cada vez que o Divo voltava abatido
para casa, aquela platéia amiga o aplaudia, o estimulava e ele podia continuar,
no dia seguinte, trabalhando como se tudo estivesse começando. Isto mostra a
importância de uma família, a importância de uma chefe de família que por isso
pode ser um bom Vereador. Cuidou de seus filhos, cuidou de sua família e, quem
não sabe fazer isso, não sabe fazer mais nada. O Divo fez isso, portanto teve o
seu caminho facilitado e esse caminho tem que continuar sendo percorrido com
muito mais entusiasmo porque agora a Cidade está dizendo: “Não és mais um
simples cidadão, Divo do Canto, mas és um Cidadão Emérito, um cidadão insígne
que está um pouco acima ou muito acima dos demais e desses que estão acima dos
demais nós esperamos mais ainda.”
Então
a coletividade está dizendo que nós acreditamos que vai ser um trabalho
profícuo nesta Câmara como profícua tem sido a vida toda do nosso querido
homenageado. É claro que os seus familiares, os seus amigos que aqui estão em
grande número estão sempre presentes para estimulá-lo e nós teremos razões
bastantes e satisfação porque muitos problemas desta Cidade serão resolvidos
por quem o sofreu na própria carne, nas ruas desta Cidade. Não posso deixar,
meu querido Ver. Divo do Canto, de expressar um pouco de tristeza. Nós temos,
nesta Casa, oito partidos e não estão todos eles aqui representados. É uma pena
porque era uma grande oportunidade de eles terem uma aula e perderam esta aula.
Uma aula do que é o valor do carinho para a família e do carinho da família,
uma aula para saber do valor do trabalho pela coletividade, uma aula para saber
o quanto vale uma doação para a coletividade, uma aula para saber o quanto vale
a amizade para os amigos. Isto, o Divo fez ao longo de sua vida e nem todos os
Partidos desta Casa estão aqui presentes para aprender que vale a pena
trabalhar, vale a pena ser responsável, vale a pena ser sério, vale a pena ser
honesto, vale a pena dar o melhor de si para realizar o bem comum. E é isto que
nós esperamos que o nosso novo Vereador continue fazendo sempre. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra, o Ver. Clovis
Ilgenfritz, para falar em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Exmo. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Dilamar Machado, Exmo. Prefeito Municipal, companheiro
Olívio Dutra, nosso homenageado Divo G. do Canto e sua Srª Lilia do Canto, os
familiares, filhos, netos, amigos, Srs. Vereadores, em nome da Bancada do
Partido dos Trabalhadores, nós também seguimos aquele tipo de discurso que nós
ouvimos aqui com tanta veemência, com tanta sabedoria dos nobres Vereadores que
nos antecederam.
Achamos
que foi uma iniciativa muito importante do Ver. Lauro Hagemann que, já deu para
ver, todos gostariam de ter tomado, mas ele saiu na frente e agora reparte
conosco, como foi dito também. Nós, a rigor não conhecemos o Vereador, novo
colega Vereador e nosso homenageado, há muito tempo. Não temos aquele
conhecimento profundo de todos os passos de sua vida, mas não foi preciso
conhecê-lo no seu passado remoto, antigo, porque apenas os últimos anos dos
quais tivemos oportunidades de contato, de conhecer o seu trabalho são mais do
que suficientes para nos levar a dizer que essa homenagem é merecida, é justa e
vem numa boa hora. Nós queríamos destacar aqui que em geral um homenageado com
esse título tão importante, um dos maiores da nossa cidade, recebe depois de
ter exercido uma vereança, uma prefeitura, um cargo importante e representativo
e o amigo Divo, companheiro Divo, companheiro de tantas lutas e o Ver. Divo
recebe o título quando está começando uma carreira de vereador, embora já tenha
exercido como suplente em várias oportunidades, mas ele agora é titular, eleito
e dos mais votados da cidade. Então ele recebe uma homenagem do povo de Porto
Alegre, com o título Vereador e antes mesmo de ser empossado recebe nesta Casa,
dos 33 Vereadores, unânimes, o Título de Cidadão Emérito que ele vai receber
das mãos do Prefeito da Cidade que também, tenho certeza, está aqui com muito
orgulho para fazer isso. O Divo é daquelas pessoas que temos a liberdade de
chamar de Divo, mesmo ele sendo mais velho, porque nós temos um carinho e um respeito
especial. A verdade é que estamos aqui saudando um militante dos movimentos
sociais, essa militância que deu ao Divo a condição de receber esse título.
Eu
acredito que o Ver. Lauro Hagemann, assim como qualquer um de nós, para fazer
isso só poderia ter se alicerçado no processo de vida e produção para o próximo
que o Divo representa, da sua honestidade, da sua competência, da sua amizade,
do respeito pelas pessoas, pelos valores da democracia, pelos humildes. E
agora, depois de aposentado, fazendo uma coisa que pouca gente assume:
trabalhando, ainda, no movimento social, representando uma categoria que eu
considero a mais importante do nosso País, que é a categoria dos sábios, dos
homens que já têm cabelos brancos, experiência de vida, como é o caso dele.
Como disse há pouco tempo Ulysses Guimarães: que trazem a sabedoria da vida, e
estão ainda colocando-a à disposição dos seus companheiros. A categoria que
lutou há poucos dias, durante muito tempo, e que nós assistimos todos os
sábados, pela manhã, às discussões na Rádio Bandeirantes e nos atualizávamos no
processo de reivindicações que nos uniram, o nosso Partido, no Congresso
Nacional, e outros Partidos, os nossos Deputados Federais unidos à luta do Divo
aqui no Rio Grande do Sul, e seus companheiros, os aposentados, e o Ennos
Amorina, em São Paulo, um grande companheiro de lutas sindicais, fazendo também
este trabalho, com muito orgulho citamos o seu nome, como Paulo Paim, no
Congresso, e outros Deputados Federais do PT, e outros Partidos.
Então
nós, Divo, temos a satisfação enorme de poder, em nome dos companheiros do PT,
o João Motta estava aqui, está aqui o João Verle, outros companheiros
certamente estão te saudando da mesma forma, e esta homenagem se enaltece, ela
tem uma característica singular, porque é um homem que recebe homenagem porque
vem da participação popular, social, sindical, das suas categorias, das
categorias que ele representou e ainda representa. Eu quero ser um associado,
quando me aposentar, e ter como Presidente o Divo, porque aí estarei em boas
mãos.
Divo,
um abraço a ti, a tua senhora, a teus familiares, e a nossa esperança e a nossa
certeza de conviver muito fraternamente, aqui, nesta Câmara, com a tua presença
enriquecendo o nosso trabalho. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, neste momento,
convido a todos os presentes para que, em pé, assista à entrega do título
Cidadão Emérito de Porto Alegre ao nosso homenageado Divo Gervásio do Canto,
convidando para tanto o autor da proposição Ver. Lauro Hagemann. Ver. Lauro
Hagemann reparte justamente esta honra com o Prefeito Municipal Olívio Dutra.
(Palmas.)
Com
a palavra, o Sr. Divo do Canto.
O SR. DIVO DO CANTO: Exmo. Sr. Presidente desta Casa Ver.
Dilamar Machado, Sr. Prefeito Municipal, companheiro Firmino Britto, minha
esposa Lilia do Canto, meus filhos, primos, enfim colegas aposentados, senhores
e senhoras. É um prazer imenso e um momento muito especial em minha vida, e me
sinto sensibilizado, neste momento, com palavras tão carinhosas. Eu, pura e
simplesmente acho que estou cumprindo o meu dever de cidadão, de trabalhador,
de esposo, de irmão e sobretudo de um homem pobre, que vive em uma comunidade
pobre. É de fato a minha criação foi numa cidade longínqua, no Estado de Santa Catarina,
onde apenas ao primeiro grau tive acesso; vim completar meus estudos aqui, em
Porto Alegre, onde cheguei com 17 ou 18 anos.
Não
sei como me dirigir a todos. Registro as presenças de um irmão e irmão, que
vieram de meu Estado. (Palmas.)
É
a Berlinha e o Evilásio. A presença de meus filhos e filhas, minha sogra,
cunhada, tantas pessoas amigas que aqui se encontram. Quero dizer que a esse
Título cada um de vocês têm direito a um pedacinho, pois se não fossem vocês eu
não o estaria recebendo e nem aconteceria esta solenidade. Aos companheiros da
Federação dos Aposentados, de quem registro as presenças da Ivone e do Firmino,
nossa Tesoureira e Vice-presidente, dos companheiros da Alimentação, do Porto,
dos aposentados, dos Sindicatos de Fiscais da Previdência e de tantas outras
entidades, aqui representadas, fico feliz pelas presenças. Vocês foram quem me
ajudaram a ganhar este Diploma. Isso aí terá um lugar especial durante toda
minha vida.
Também devo agradecer à minha companheira e esposa pois temos 42 anos casados, conforme disse o companheiro João Dib, de fato. Dificilmente o homem poderá fazer algo se não tiver uma companheira ao seu lado, estando na sua retaguarda, dando toda aquela base de que um homem precisa para desenvolver não só no seu trabalho, mas como na sua base, no seu sindicato, na sua associação de bairro ou dentro da associação dos aposentados.
Eu
sou um homem que, muitas vezes, sai de casa por dez, quinze dias viajando e
quando chego em casa está sempre tudo normal. Então para mim é uma satisfação,
eu quero neste momento, nesta hora, dizer para ti, Lilia, que acho que este
Título pertence mais para ti do que a mim.
Fico
muito grato a todos, estou com a voz embargada, não posso continuar. Muito
obrigado a todos que estão aqui. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Então para homenagear a nossa primeira
dama emérita de Porto Alegre Dona Lilia, vou pedir à filha do casal a Nádia,
que entregue a esposa do Divo, acho que a homenagem que mais sensibiliza a
mulher, que são flores. Estas flores são entregues sem nome de todos nós ao
casal Divo e Lilia do Canto. (Palmas.)
(É
feita a entrega das flores.)
O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, só me resta, em nome
da Câmara Municipal, agradecer a honrosa presença neste Ato, do Prefeito Olívio
Dutra, do Firmino Cardoso, representando a nossa Associação Riograndense de
Imprensa, do ilustre casal homenageado, o Divo e a Lilia do Canto, seus
familiares, seus amigos companheiros de luta, aos Vereadores aqui presentes,
inclusive companheiros da nova legislatura, Ver. Eliseu Santos, Ver. Luiz
Negrinho, Ver. Jocelin Azambuja que até há pouco esteve conosco, que passarão a
integrar a Bancada do Divo junto com o Luiz Braz na próxima legislatura, a
todos as senhoras e senhores, convidando os amigos do Divo que quiserem
cumprimentá-lo só por uma questão de organização de entrada e saída sem
qualquer ideologia que entrem pela direita e saiam pela esquerda aqui do
Plenário, continuo afirmando ainda a melhor saída para este País. Muito obrigado,
está encerrada a Sessão.
Estão
levantados os trabalhos da presente Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 18h25min.)
* * * * *